domingo, 1 de maio de 2016

6 Fatos sobre os manuscritos do Mar Morto que você precisa saber

Os Manuscritos do Mar Morto foram considerados a maior descoberta arqueológica do século 20. Encontrada no final de 1940, esta coletânea de textos inclui os mais antigos manuscritos bíblicos conhecidos, pergaminhos que remontam a cerca de 2.000 anos. Abaixo, saiba mais sobre os Manuscritos do Mar Morto e sua profunda importância religiosa e histórica.


1 - Pastores adolescentes acidentalmente tropeçaram no primeiro conjunto de Manuscritos do Mar Morto.

No final de 1946 ou no início de 1947, adolescentes beduínos cuidavam de suas cabras e ovelhas perto do antigo povoado de Qumran, localizado na costa noroeste do Mar Morto, no que hoje é conhecido como Cisjordânia. Um dos jovens pastores jogou uma pedra em uma abertura no lado de um penhasco e ficou surpreso ao ouvir um som semelhante ao de um jarro quebrando. Ele e seus amigos mais tarde entraram na caverna e encontraram uma coleção de grandes vasos de barro, sete dos quais continham pergaminhos de couro e papiro. Um negociante de antiguidades comprou o lote, que finalmente acabou nas mãos de vários estudiosos, esses especialistas estimaram que os manuscritos tinham mais de 2.000 anos de idade. Após o anúncio da descoberta, beduínos caçadores de tesouros e arqueólogos desenterraram dezenas de milhares de outros fragmentos, encontrados em 10 cavernas próximas; juntos eles formam um conjunto entre 800 e 900 fragmentos de manuscritos.

2 -  Alguns dos Manuscritos do Mar Morto foram vendidos na seção de classificados.

Atanásio Yeshue Samuel, um arcebispo sírio-ortodoxo de Jerusalém, comprou quatro do originais Manuscritos do Mar Morto de um sapateiro que se envolveu em antiguidades, pagando menos do que 100 dólares. Quando a guerra árabe-israelense eclodiu em 1948, Samuel viajou para os Estados Unidos e, sem sucesso, ofereceu os manuscritos à várias universidades, incluindo Yale. Finalmente, em 1954, ele colocou um anúncio no Wall Street Journal, na categoria "Itens diversos para Venda", que dizia: "Manuscritos bíblicos que datam de pelo menos 200 a.C estão à venda. Este seria um presente ideal para uma instituição educacional ou religiosa". O arqueólogo israelense Yigael Yadin, cujo pai tinha obtido outros três manuscritos da coleção inicial, em 1947, negociou secretamente a compra em nome do recém-criado Estado de Israel. Infelizmente para Samuel, grande parte dos 250.000 dólares que ele recebeu, foram parar nas mãos da receita federal americana, porque os documentos de venda não tinham sido preenchidos corretamente.


3 - Ninguém sabe ao certo quem escreveu os Manuscritos do Mar Morto.

A origem dos Manuscritos do Mar Morto, que foram escritos entre 150 a.C e 70 d.C, continua a ser objeto de debate acadêmico até hoje. De acordo com a teoria dominante, eles são o trabalho de uma população judia que habitava Qumran até que as tropas romanas destruíram o assentamento, em cerca de 70 d.C. Pensa-se que esses judeus pertenciam a uma seita devota, ascética e comunitária chamada de os essênios, um dos quatro distintos grupos judaicos que viviam na Judéia, antes e durante a ocupação romana. Os defensores desta hipótese apontam para as semelhanças entre as tradições descritas na Regra da Comunidade, encontrada em um dos manuscritos, e os escritos do historiador Flávio Josefo sobre os rituais essênios. Evidências arqueológicas encontradas em Qumran, incluindo as ruínas de banhos rituais judaicos, também sugerem que o sítio já foi o lar de judeus devotos. Alguns estudiosos creditam a outros grupos a produção dos manuscritos, incluindo cristãos e judeus de Jerusalém que passaram por Qumran, enquanto fugiam dos romanos.

4 - Quase toda a Bíblia Hebraica está representada nos Manuscritos do Mar Morto.

Os Manuscritos do Mar Morto incluem fragmentos de todos os livros do Antigo Testamento, com exceção do livro de Ester. Os estudiosos especulam que os fragmentos desse livro em falta, que narra a história da rainha judia homônima da Pérsia, ou se desintegraram ao longo do tempo ou ainda não foram descobertos. Outros propuseram que Ester não fazia parte do cânon dos essênios porque a seita não celebrava o Purim, um feriado festivo baseado no livro. O único livro completo da Bíblia Hebraica preservado entre os manuscritos de Qumran é o de Isaías; esta cópia, datada do século I a.C, é considerada o mais antigo manuscrito do Antigo Testamento ainda em existência. Junto com os textos bíblicos, os pergaminhos incluem documentos sobre regulamentos sectários, como a Regra da Comunidade e outros escritos religiosos que não aparecem no Velho Testamento.

5 -  O hebraico não é a única língua dos Manuscritos do Mar Morto.

A maioria dos Manuscritos do Mar Morto estão em hebraico, com alguns fragmentos escritos no antigo alfabeto paleo-hebraico, que segundo os estudiosos, caiu em desuso no século V a.C. Mas outros estão em aramaico, a língua falada por muitos judeus, incluindo, provavelmente, Jesus, entre o século VI a.C e o cerco de Jerusalém em 70 d.C. Além disso, vários textos apresentam traduções da Bíblia hebraica para o grego, idioma que alguns judeus usavam em vez de ou além do hebraico no momento da criação dos rolos.

6 - Os Manuscritos do Mar Morto incluem um mapa de tesouros escondidos.

Um dos mais intrigantes manuscritos de Qumran é o Rolo de Cobre, uma espécie de mapa do tesouro antigo que lista dezenas de esconderijos de ouro e prata. Enquanto os outros textos são escritos com tinta em pergaminhos de papiro ou de peles de animais, este curioso documento apresenta letras hebraicas e gregas esculpidas em folhas de metal, talvez, como alguns teorizam, para melhor resistir à passagem do tempo. Usando um vocabulário ortográfico não convencional e ímpar, o Rolo de Cobre descreve 64 esconderijos subterrâneos em torno de Israel, que supostamente contêm inestimáveis tesouros. Nenhuma dessas riquezas foram recuperadas, possivelmente porque os romanos pilharam a Judéia durante o primeiro século d.C. De acordo com várias hipóteses, o tesouro pertencia aos essênios locais, que foram expulsos do Segundo Templo, antes da sua destruição; outros afirmam que os supostos tesouros, simplesmente nunca existiram.

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