sexta-feira, 9 de março de 2012

Alemão alegou ter encontrado a tumba do rei sumério Gilgamesh

Em abril de 2003, um pesquisador alemão disse ter encontrado no sul do Iraque o túmulo do rei mítico Gilgamesh, de Uruk (Suméria), cuja lenda foi contada na primeira obra literária da história, escrita entre 3000 a.C. e 2500 a.C.

No livro, Gilgamesh, rei de Uruk —"cidade de poderosas muralhas"— é enterrado sob o Eufrates, numa tumba construída logo após sua morte, quando o curso do rio teria se dividido.

Jorg Fassbinder, do Departamento de Monumentos Históricos da Bavária, em Munique, disse à BBC que sua equipe encontrou nos arredores da cidade, onde antes estava o leito do Eufrates, uma construção que poderia ser comparada a de uma tumba.

O que mais fascina os pesquisadores diante do rei de Uruk —cuja real existência discute-se até hoje— é o caráter épico da obra. Além disso, um dos capítulos descreve um dilúvio muito semelhante ao da Bíblia, o que leva muitos pesquisadores a acreditar que a tradição judaico-cristã teria se baseado na cultura suméria.

A Epopeia de Gilgamesh

Na cidade de Nipur, que fica 150 km ao sul de Bagdá, foi encontrada uma biblioteca sumeriana inteira. Lá havia mais de 50 000 tabuinhas com inscrições cuneiformes feitas no Terceiro Milênio a.C. e uma biblioteca com 20 000 volumes, que incluem obras sobre direito, ciência, religião.

O alfabeto sumério só foi decifrado no século 19, o principal dialeto Sumério foi o emergir ou língua principesca, embora outros tipos fossem usados pelas mulheres e pelos eunucos.

Tábua com inscrição em acadiano.

Seu registro mais completo provém de uma tábua de argila escrita em língua acádia do século VIII a.C. pertencente ao rei Assurbanipal, tendo sido no entanto encontradas tábuas que datam do século XX a.C., sendo assim o mais antigo texto literário conhecido, e seria o equivalente mesopotâmico de Noé. A primeira tradução moderna foi realizada na década de 1860 pelo estudioso inglês George Smith. A primeira tradução feita a partir do original para o português, foi feita pelo Professor Emanuel Bouzon da PUC-Rio.

Na região de Sumer, por volta do terceiro milênio, havia pelo menos doze importantes cidades-estado, cada qual murada e com seus deuses e seu rei. As mais conhecidas são Ur, Eridu, Lagash, Uma, Adab, Kish, Sipar, Larak, Nipur, Larsa.

Existe um documento, escrito quase mil anos após a morte do rei Etana (3º Milênio a.C.) que registra o nome da maioria dos governantes da Suméria. Desta lista o mais famoso foi Gilgamesh, rei de Uruk, herói mitológico, quinto rei da primeira dinastia a ter o poder em Uruk, depois do dilúvio. Ele é praticamente um mito, seus feitos foram narrados em diversas línguas e talvez tenha sido ele o inspirador da figura de Hércules, o herói grego. Não há descobertas conclusivas sobre ele, mas é citado na Lista como tendo sido um rei e documentos atestam sua vitória sobre as cidades de Kish e Ur. Foi celebrado posteriormente pelas construções que realizou, e por ter trazido de volta o conhecimento perdido de diversos cultos para Uruk, após seu encontro com Utnapishti(o Noé sumério). A história é conhecida por todo o mundo, em diversas traduções, e seu protagonista, Gilgamesh, se tornou um ícone da cultura popular.

A epopeia de Gilgamesh narra a história do rei Gilgamesh de Uruk, dois-terços deus, um-terço humano. Este rei fora um grande conquistador, mas também um governante opressor, razão pela qual os deuses enviaram o gigante Enkidu para detê-lo em sua tirania. Após um confronto inicial, contudo, Enkidu e Gilgamesh se tornaram amigos. Em uma de suas aventuras juntos, Enkidu e Gilgamesh precisam enfrentar o Toudo dos Céus, enviado pela deusa suméria Inanna como punição por uma ofensa. Enkidu consegue derrotar o monstro, o que não impede que este seja amaldiçoado e morto pelos poderes de Inanna. Gilgamesh, aterrorizado diante da morte, se embrenha numa jornada pela busca da imortalidade. Ziusudra (Utnapishtim), sobrevivente do episódio do dilúvio, adverte Gilgamesh que ele só poderia se tornar imortal após encontrar a árvore da vida e, embora Gilgamesh consiga obte-la, ao final da epopéia ela é roubada por uma cobra, tornando a jornada do rei de Uruk uma empreitada vã.


Fonte: Gilgamesh (trad. da versão Sin-Leq-Unninnt para o inglês por John Gardner and John Maier, c/ Robert Henshaw)



Um comentário:

  1. Tentei compartilhar e o facebook negou. Dá para postar na minha page? Eu agradeço!!!

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