quinta-feira, 4 de novembro de 2010

O LIVRO DE ENOCH E A SEMELHANÇA COM O MITO SUMÉRIO

Seriam os Enaquins da Bíblia os mesmos Anunnakis dos sumérios? Poderiam estar relacionados com aqueles que os Hebreus chamavam de  Nefilim / Nephal que sugere uma queda, descida ou aterrisagem. Os mesmos Nephalim (génesis 6) que é uma forma plural (im) da palavra ou Nefilim do (Gênesis Salmo 82). Os Anunnaki, seriam mesmo os deuses da antiguidade ou os Anjos Caídos do antigo testamento?


A história dos Anjos Caídos é uma das mais tradicionais entre as lendas da antropogênese mitológica judaica. Antropogênese mitológica porque estes Anjos estão intimamente relacionados, ainda que em dimensão mítica, com a evolução da raça humana. Eles foram e/ou são seres divinos [ou superiores] que se miscigenaram com seres terrenos; uma mistura genética.

As Bíblias cristãs, sejam católicas, protestantes ou evangélicas, não dão grande destaque a este fato, em tese, de grande importância antropológica e cultural. No Livro do Gênesis, a saga dos Anjos caídos se resolve em poucos parágrafos. Foi através do texto profético-religioso apócrifo, não reconhecido pelo Vaticano, o chamado Livro de Enoch, que a narrativa da Queda foi preservada com maiores detalhes.

O Livro de Enoch faz parte do conjunto de documentos denominado Manuscritos do Mar Morto ou de Qumram, encontrados em 1947, no Oriente Médio. É considerado um pseudo-epígrafo — ou de autoria incerta. Os fragmentos encontrados em Qumram foram paleograficamente datados em cerca de 200 antes de Cristo. Os originais, porém, podem ser muito mais antigos.

Enoch [Enoque, Chanoch ou Hanokh], sétima geração de Adão, foi um patriarca judeu, profeta e personagem místico. Filho de Jerde, pai de Matusalém, avô de Noé, foi aquele que andou com Deus, viveu 365 anos e não morreu como os homens comuns; desapareceu, porque foi arrebatado por Deus. No Targum de Yonatan, trecho das Escrituras Hebraicas, Enoch, elevado aos céus, foi transformado no anjo Metatron, cujo nome significa Mais Próximo ao Trono.

O capítulo 6 é provavelmente um fragmento de uma antiga versão hebraica do Livro de Enoch que se adicionou ao Gênesis para fornecer uma motivação moral à história do dilúvio, derivada de versões mesopotâmicas, como a epopéia de Gilgamesh, nas quais essa motivação inexiste. O termo Nefelim significa literalmente “os caídos”, sendo um eufemismo comum para “os mortos”, (por exemplo, Jeremias 6:15 diz: “eles cairão entre os que caem [em hebraico nopelim]“). Em Ezequiel 32:27, temos os Nefilim como guerreiros que caíram: Eles jazem com os guerreiros, Os nefelim dos tempos antigos, Que desceram ao Xeol [sepulcro] com suas armas de guerra. (Ezequiel 32:27) Em outras partes da tradição bíblica, os Nefilim são descritos como gigantes, que eram os habitantes nativos de Canãa. “Quando o Altíssimo repartia as nações, quando espalhava os filhos de Adão ele fixou fronteiras para os povos, conforme o número dos filhos de Deus” (Deuteronômio 32,8) Aqui são os anjos que guardam ou governam as nações. Porém Deus reservou cuidar pessoalmente de Israel, seu povo eleito: “Mas a parte de Iahweh foi o seu povo, o lote da sua herança foi Jacó”. (Deuteronômio 32,9). Foi uma sábia decisão, já que outros textos indicam que os anjos não fizeram exatamente o que deveriam, ou melhor, fizeram coisas além do que deveriam. Como, por exemplo, ensinar aos homens ciências divinas, casar-se e ter filhos.

A corrupção da raça humana, que começou a aparecer sobre a Terra no tempo de Enoch, cresceu monstruosamente até o tempo de Jared, neto do daquele profeta; e a razão da degeneração acelerada foi a Queda dos Anjos. Quando os anjos viram o quanto eram belas as filhas dos homens, cobiçaram-nas e disseram: “Escolheremos esposas para nós entre as filhas dos homens e teremos com elas uma geração”.

A CIVILIZAÇÃO

A Queda dos Anjos é um episódio dos mais curiosos pelo que revela da natureza dos anjos e e seu papel fundamental na transformação da vida humana na face da Terra. De acordo com a lenda, estes anjos, chamados Watchers ou Vigilantes, ou ainda, Observadores, perverteram-se, em princípio, sexualmente, pois “deitaram-se com as filhas dos homens”.

A seguir, todavia, eles se tornam perversores de toda a Humanidade, já que foram os mestres de todas as artes que retiram o homem de uma condição de vida, aparentemente ingênua e modesta, limitada aos recursos que a natureza oferece. Foi através dos anjos caídos que os homens se refinaram a fabricação de armas e a prática da guerra.

Além das artes bélicas, é interessante notar o ministério de Azazel, ensinando os segredos da beleza que alimenta a vaidade: uso de jóias, maquiagem nos olhos, tinturas. Os outros anjos, foram mestres de feitiçaria e, a essa altura, uma nuvem de suspeita paira sobre a suposta pureza daqueles anjos Guardiães, já eram tão versados em encantamentos e ciências ocultas em geral. Há estudiosos e teóricos mais ousados que lançam em discussão a hipótese de que tais anjos poderiam ser, na verdade, seres extraterrenos, muito mais avançados, que arrancaram a espécie humana da barbárie introduzindo neste mundo, os princípios da civilização.


MISTURA DE RAÇAS



Os Filhos de Deus (em hebraico bene ha’ Elohim) são conhecidos de vários textos da Bíblia Hebraica. Em Jó 1:6 e 2:1 os Filhos de Deus se apresentam a Iahweh na divina assembléia celestial; mais adiante, em Jó 38:7, vemos os Filhos de Deus estiveram ao lado de Iahweh na criação do mundo: quando vêem a obra de Deus “rejubilavam os filhos de Deus”. Eles aparecem também (na forma hebraica bene ‘elim) na assembléia divina de Iahweh no Salmo 89:7, onde se proclama a sua incomparabilidade entre o Deus. Uma cena semelhante ocorre no Salmo 29:1, onde os Filhos de Deus (bene ‘elim) tributam glória ao senhor.O livro da Gênese assinala a união fecunda dos Benei-ha-Elohim com as filhas dos homens. Misterioso casamento do qual nasceu a grande raça dos gibborim, ou dos nephilim:Talvez a mais curiosa referência aos Filhos de Deus seja a do famoso Cântico de Moisés, no Deuteronômio 32, justamente antes dele subir ao monte Nebo, para morrer sem ter entrado na Terra Prometida. O Deuteronômio 32,8 contém o que aparentemente é uma velha referência mitológica à primitiva história da humanidade. – Descobriu-se que um texto fragmentário entre os Manuscritos do Mar Morto continha o Deuteronômio 32:8. composto em escrita do final do período herodiano (fim do século I a.C. ao início do século 1 d.C.). Esse fragmento é hoje o mais antigo texto hebraico do Deuteronômio 32:8 conhecido. Nesse fragmento, as últimas palavras do versículo são claramente bene ha’ Elohim (Filhos de Elohin).

Essa redação foi preservada na Septuaginta Grega, que traduziu como “aggelon theou”: «Quando os homens começaram a se multiplicar sobre a face da terra e lhes nasceram filhas, os bene ha’ Elohim viram que as filhas dos homens eram belas e tomaram como mulher todas as que lhes agradaram. E então disse o Senhor: “Meu espírito não terá força (yadon) indefinidamente sobre o homem, pois este na verdade é só carne. E os seus dias serão cento e vinte anos.” Ora, naqueles tempos, os Nefilim habitavam sobre a terra, e também depois, quando os bene ha’ Elohim se uniam às filhas dos homens e estas lhes davam filhos: estes foram os heróis dos tempos antigos, os homens de renome.» (Gênesis 6:1-4) O episódio dos “filhos de Deus”, que se casaram com as “filhas dos homens”, é de tradição javista.


FONTE: O Livro de Enoch. [Trad. Getúlio Elias Schanoski Jr.] — São Paulo: Madras, 2004.




3 comentários:

  1. Seriam os Enaquins da Bíblia os mesmos Anunnakis dos sumérios?
    Acho provável que sim !
    As tabuletas sumérias descrevem em seus textos, milhares de anos anteriores à Bíblia, muitas passagens que provavelmente foram incorporadas pelo povo judeu no seu exílio na babilônia, e assim transcritos para Bíblia.
    O mais interessante é que a lista dos reis sumérios, mencionam uma das divindades dos hindus, e com os atuais estudos arqueológicos das civilizações do "Indus Valley" somado aos estudos antropológicos e genéticos da civilização proto indo iranian, em que pinturas e mitos indianos também descrevem os "deuses" vindo em "carruagens de fogo" dos céus, no momento eu tendo a acreditar que os hindus e seus mitos, são o começo de todas nossas histórias, lendas, mitos e origens.

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  2. Para eu Enoque viveu essa história.

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