quarta-feira, 20 de outubro de 2010

ESCRITOS SUMÉRIOS E O PARALELISMO BÍBLICO


Leis e Princípios

Os cinco primeiros livros da Bíblia, denominados Pentatêuco, falam em grande parte das leis de Moisés. Os livros de leis eram muito importantes na Mesopotâmia, pensemos por exemplo nocódigo de Hamurabi, rei da Babilónia baseado claramente nas Leis sumérias. As concepções mais antigas de leis provem da Suméria. Uma delas, escrita durante o reinado de Ur-Nammu da terceira dinastia de Ur (cerca de 2 000 a.C.) Embora haja diferenças nas leis da Bíblia, encontramos muitas semelhanças entre a moral suméria e a bíblica. Num dos textos, podemos ler uma descrição da deusa Nanshe: “Aquela que conhece o órfão e a viúva, aquela que conhece a forma como um homem oprime outro… É Nanshe quem cuida da viúva e quem trabalha em prol dos direitos dos mais pobres.” Encontramos um teor semelhante em Isaías 1:23: “Os teus príncipes são rebeldes e companheiros dos ladrões; cada um deles ama o suborno e corre atrás de recompensas. Não defendem o direito do órgão nem chega perante eles a causa das viúvas". A lista de normas bíblicas assemelha-se muito à lista de valores morais dos Sumérios: verdade, paz, justiça e aversão aos enganos, guerras, queixas e angústias. Os Sumérios acreditavam, tal como também é indicado na Bíblia posteriormente, que o homem era feito de barro “à imagem dos deuses.” Mas, ao contrário do relato da Criação, segundo eles o homem deveria permanecer imperfeito. No seu ponto de vista, os deuses não diriam jamais “está bem”. Eles pensavam que um só deus tinha criado seis tipos de seres anormais.

O sofrimento

Para os Sumérios, o sofrimento fazia parte da criação, na Bíblia o sofrimento está ligado à queda do homem. O livro de Job é uma obra literária importante sobre o sofrimento humano. Os Sumérios tratam deste problema num relato. O relato salienta a única saída para quem pensa estar a sofrer injustamente: glorificar a Deus e suplicar-lhe que escute as orações. O herói da história era rico, sábio e justo, mas ficou doente. Ele perseverou nas suas orações ao seu deus que, finalmente, as atendeu. Tudo leva a crer que a história de Job teve isnspiração no conto sumério.
Muitos outros paralelismos da Bíblia com escritos Sumérios referem-se a esfera da vida quotidiana. “Comamos e bebamos, pois amanhã morreremos” (Isaías 22:13).assemelha-se curiosamente a “É nosso destino morrer, gastemos pois as nossas posses”, em Eclesiastes (5:12): temos “Doce é o sono do trabalhador, quer coma pouco, quer muito (…)” vai no mesmo sentido do que é dito em  “O sono do trabalhador é doce” 
Jardim do Éden
A Bíblia situa o jardim do Éden no Oriente. Embora não conheçamos a sua localização exacta, admitimos geralmente que se possa ter situado na Mesopotâmia. Os Sumérios conservaram a recordação desse inicio paradisíaco a que chamavam Dilmun, o que corresponde talvez à ilha de Bahrein. Existem muitas semelhanças entre Dilmun e o Éden. A água de Dilmun provinha de uma fonte. As mulheres davam à luz sem dor e um dos habitantes foi amaldiçoado depois de ter comido plantas proibidas.No entanto, o paraíso sumério não se destinava aos humanos, mas apenas aos deuses. 
Um outro texto sumério fala do deus Dumuzi, que morreu e desceu ao inferno. Pouco depois, ressuscitou. Os homens dos tempos bíblicos preservarão o culto a Dumuzi. O profeta Ezequiel fala disso e pronuncia palavras severas de condenação.
Tudo isso nos leva a concluir que as histórias e parábolas contadas na Bíblia parecem ter tido forte isnspiração nos escritos sumérios, a civilização mais antiga da humanidade, com uma rica cultura e capaz de influenciar povos das mais diversas origens. No princípio, é sabido que os texto bíblicos não tinham atribuição de autoria como conhecemos hoje, somente mais tarde passou-se a atribuir sua autoria aos apóstolos para garantir maior integridade dos relatos. 

Fonte: The History Channel - Quem escreveu a Bíblia

Revista Superinteressante - Edição 259 - Dezembro de 2008



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