terça-feira, 28 de julho de 2015

Arqueologia tem um dia emocionante: 97 corpos pré-históricos são descobertos na China

Os restos de 97 corpos humanos foram encontrados recheando uma pequena casa de 5.000 anos de idade em uma aldeia pré-histórica no nordeste da China. Os corpos eram de adolescentes, adultos jovens e adultos de meia-idade e foram embalados juntos na casa antes que ela queimasse.

De acordo com a equipe de arqueólogos que estuda a região, cerca de metade dos indivíduos tinham entre 19 e 35 anos de idade.

O terreno, cujo nome moderno é “Hamin Mangha”, remonta a um tempo em que as pessoas viviam em assentamentos relativamente pequenos, dependendo do cultivo e da caça por comida. A vila também contém restos de cerâmica, instrumentos velhos, flechas e lanças, o que dá algumas dicas sobre o estilo de vida da época.



Uma equipe da Universidade de Antropologia Jilin, na China, está estudando os restos pré-históricos, tentando determinar o que aconteceu com essas pessoas. Depois de muitas análises, a conclusão que chegaram é a de que elas morreram em virtude de algum desastre pré-histórico.

Outra possibilidade é que tenham sido vítimas de alguma praga impiedosa. Se foi isso, provavelmente a doença atacou e matou as pessoas de todas as faixas etárias muito rapidamente, sem dar tempo para que os sobreviventes enterrassem os falecidos como manda o figurino.



Os cientistas não especulam sobre qual doença pode ter sido.

As idades das vítimas em Hamin Mangha são semelhantes a de corpos encontrados em outro sítio pré-histórico, que foi previamente descoberto também no nordeste da China. Esta semelhança pode indicar que a causa de morte nos dois lugares muito provavelmente foi a mesma.

Ambos podem estar ligados a um surto de uma doença infecciosa aguda. 

Fonte: livescience

domingo, 26 de julho de 2015

Fragmentos do livro Alcorão tão antigos quanto o Islã são encontrados na Grã-Bretanha

Fragmentos de um manuscrito do livro Alcorão encontrados na Universidade de Birmingham, na Inglaterra, seriam uma das mais antigas cópias existentes do texto islâmico. O antigo documento, escrito em pele de ovelha ou de cabra, esteve por quase um século na biblioteca universitária sem que estudiosos identificassem o seu significado.

Isto até que Alba Fedeli, doutoranda da Universidade, se encantou pela caligrafia e notou que duas de suas páginas pareciam ser de uma outra edição, mais nova, do livro Alcorão. Como os textos não eram compatíveis, a Universidade enviou as páginas para testes de radiocarbono.

Nesta semana, pesquisadores da Universidade de Birmingham revelaram a descoberta surpreendente de que os fragmentos parecem ser parte do que poderia ser a cópia mais antiga do mundo do Alcorão. Estudiosos dizem que ela pode ter sido transcrita por um contemporâneo do profeta Maomé. “Nós ficamos maravilhados, perplexos”, conta David Thomas, professor de Cristianismo e Islamismo da instituição, ao jornal “The New York Times”.

Influência na religião

As páginas antigas do manuscrito, estimadas em pelo menos 1.370 anos de idade, oferecem um momento de união e esclarecimento para os 1,6 bilhão de muçulmanos do mundo. Segundo Thomas, este material oferece pistas tentadoras para ajudar a resolver uma disputa acadêmica sobre se o texto sagrado foi realmente escrito na época do profeta ou compilado anos mais tarde, após ter sido transmitido de boca em boca. A descoberta também ofereceu um momento alegre para uma fé que tem lutado com divisões internas e pressões externas.

Os muçulmanos acreditam que Maomé recebeu as revelações que formam o livro Alcorão, a escritura do Islã, entre 610 e 632, o ano de sua morte. Os testes de radiocarbono indicaram, com uma probabilidade de mais de 94%, que o pergaminho data de 568 a 645.

Segundo o professor, durante a época de Maomé, a mensagem divina não era compilada no formato de livro em que aparece hoje. Em vez disso, as palavras que se acredita serem de Deus, ditas a Maomé, foram preservadas nas “memórias dos homens” e recitadas. Parte delas foram escritas em pergaminhos, pedras, folhas de palmeira e nas omoplatas de camelos.

Tom Holland, o autor de “In the Shadow of the Sword”, que traça as origens do Islã, disse que a descoberta em Birmingham reforçou conclusões acadêmicas de que o Alcorão atingiu algo próximo a sua forma atual durante a vida de Maomé. Ele disse que os fragmentos não resolvem as questões controversas de onde, como e por que o manuscrito foi compilado, ou como suas diversas suras, ou capítulos, vieram a ser combinados em um único volume.

Composta por duas folhas de pergaminho, o manuscrito em Birmingham contém partes do que são agora os capítulos 18 a 20. Durante anos, o documento tinha sido erroneamente encadernado com folhas de um manuscrito similar.
Controvérsias no fragmento do livro alcorão?

Saud al-Sarhan, diretor de pesquisa do Centro Rei Faisal para Pesquisa e Estudos Islâmicos em Riad, na Arábia Saudita, disse duvidar que o manuscrito recém-desvendado seja tão antigo quanto os pesquisadores afirmam, notando que a sua escrita árabe incluía pontos e capítulos separados – recursos que foram introduzidos mais tarde. Ele também disse que datar a pele em que o texto foi escrito não prova quando ele foi escrito, já que peles de manuscritos eram por vezes lavadas e reutilizadas mais tarde.

Thomas disse que o texto das duas páginas estudadas pela pesquisadora, que recebeu seu doutorado neste mês, correspondem rigorosamente com o do Alcorão moderno. Contudo, ele advertiu que o manuscrito era apenas uma pequena porção do Alcorão e, portanto, não oferecia uma prova conclusiva.

Omid Safi, diretor do Centro de Estudos Islâmicos de Duke e autor do livro “Memories of Muhammad: Why the Prophet Matters”, disse que a descoberta do manuscrito fornece “mais evidências para a posição da tradição islâmica clássica que o livro Alcorão como existe hoje é um documento do século VII”.

Técnica de datação

O manuscrito está em Hijazi, uma forma primitiva de escrita árabe, e os pesquisadores disseram que os fragmentos poderiam estar entre as evidências textuais mais antigas do livro sagrado que sobreviveram. Um manuscrito da biblioteca da Universidade de Tübingen, na Alemanha, foi encontrado no ano passado e originaria do século VII, de 20 a 40 anos após a morte do profeta. Fragmentos dos textos de Tübingen foram testados com radiocarbono por um laboratório em Zurique e determinou-se, com 95% de certeza, que seria de 649 e 675, tornando o texto de Birmingham alguns anos mais velho.

A datação por radiocarbono mede os níveis de uma forma mais pesada de carbono, tal como aparece na atmosfera ao longo do tempo e se torna parte das plantas e, mais tarde, dos animais que as comem. Neste caso, o laboratório de Oxford mediu a idade da ovelha ou cabra cuja pele foi transformada em pergaminho.

Jeff Speakman, diretor do Centro de Estudos Isotópicos Aplicados da Universidade da Geórgia, que não esteve envolvido na pesquisa, disse que as datas e a precisão pareciam razoáveis. “Oxford é um dos melhores laboratórios de radiocarbono no mundo”, garante, acrescentando que datar artefatos da época em questão é muitas vezes mais preciso do que o fazer com material dos últimos cem anos.

Graham Bench, diretor do Centro para Espectrometria de Massa com Aceleradores no Laboratório Nacional Lawrence Livermore, nos Estados Unidos, concordou e acrescentou a mesma ressalva apontada por Saud al-Sarhan: “Você está datando o pergaminho, não a tinta. Você está fazendo a suposição de que o pergaminho ou velino foi usado nos anos em que foi feito, o que provavelmente é uma suposição razoável, mas não é inquestionável”.

Sarhan disse que há uma espécie de competição entre os pesquisadores agora para encontrar o mais antigo exemplar do Alcorão, mas que a descoberta na Grã-Bretanha teria pouco efeito sobre as crenças das pessoas, uma vez que os muçulmanos acreditam que “o livro Alcorão foi alterado desde o profeta Maomé”.

Exposto ao público

A previsão é de que o manuscrito encontrado em Birmingham seja colocado em exposição pública.

Os fragmentos eram parte de uma coleção de mais de 3 mil documentos do Oriente Médio compilados em 1920 por Alphonse Mingana, um teólogo e historiador que nasceu no que hoje é o Iraque. Suas expedições de coleta de documentos ao Oriente Médio foram financiadas por Edward Cadbury, membro de uma famosa família de fabricantes de chocolate.



Em Birmingham, que tem uma grande população muçulmana, a descoberta do manuscrito foi recebida com alegria. Mohammad Afzal, presidente da Mesquita Central da cidade, disse que terá acesso ao manuscrito. “Tenho a honra de ver o manuscrito, que é único”, disse. “Ele remonta aos primeiros estágios do Islã. Todos os muçulmanos no mundo adorariam ver este manuscrito”.

Muhammad Isa Waley, curador da seção persa e turca da Biblioteca Britânica, em Londres, disse que era uma descoberta “excitante”. “Nós sabemos agora que estes dois fólios, em uma bela e surpreendentemente legível escrita Hijazi, quase certamente datam do tempo dos três primeiros califas”, afirma. Ele acrescentou que, de acordo com relatos clássicos, foi na época do terceiro califa, Uthman ibn Affan, que o texto do Alcorão foi compilado e as suras organizadas na ordem atual.

Thomas espera que a descoberta possa fazer com que Birmingham vire um destino para muçulmanos e estudiosos. Para ele, no entanto, os fiéis não precisam de um texto para se sentir perto do livro Alcorão porque, para muitos, ele é essencialmente uma experiência oral a ser recitada, memorizada e reverenciada. 

Fonte: LiveScience


quarta-feira, 15 de julho de 2015

Arqueologia não faz ideia de para que serviam as misteriosas espirais de ouro

Encontrar ouro em Boeslunde, Dinamarca, não é uma surpresa. A região é conhecida como uma área onde o valioso metal datado da Idade do Bronze é muitas vezes descoberto. Mas um pequeno enigma dourado encontrado recentemente tem surpreendido e deixado perplexos os arqueólogos: 2.000 pequenas espirais de ouro.

Boeslunde fica na Zelândia, a grande ilha que fica entre a Dinamarca continental e a Suécia. A região é um grande sítio arqueológico dinamarquês, uma vez que tem servido como um ponto de conexão entre milhares de anos – juntando descobertas recentes tão diversas como joias e fortalezas vikings de 1.000 anos de idade. “Foi um lugar sagrado e especial na Idade do Bronze, onde as pessoas pré-históricas realizavam os seus rituais e ofereciam ouro aos poderes mais altos”, afirma o curador do Museu Nacional Dinamarquês, Flemming Kaul. A descoberta constante de ouro ao redor da área tem estimulado escavações – incluindo algumas mais completas, como essa, do Museu Nacional e do Museu Vestsjælland.

Mistério da arqueologia

Mas o que exatamente eles encontraram? Milhares de fios de ouro em espiral, cada um com cerca de uma polegada de comprimento, que juntos somam mais de 200 gramas de ouro sólido, enterrados em uma caixa de madeira forrada de pele que há muito tempo já se desintegrou. Ninguém está muito certo de como esses minúsculos fios foram realmente utilizados. O museu chama de “pequeno mistério” em seu comunicado de imprensa a descoberta, que data de cerca de 900 aC.




Mas os pesquisadores têm algumas suposições. Por exemplo, eles podiam ser decorações para invocar o poder do sol sobre a roupa de um sacerdote ou rei. “O sol foi um dos símbolos mais sagrados da Idade do Bronze e o ouro tinha uma magia especial”, explica. “Talvez o rei-sacerdote usasse um anel de ouro em seu pulso, e as espirais em seu manto e seu chapéu, que, durante as cerimônias e rituais, brilhavam como o sol”. Enterrados tão cuidadosamente como foram, as peças poderiam representar também um sacrifício.

A descoberta estimulou uma enorme quantidade de interesse público, afinal, quem não ama um bom mistério envolvendo enormes quantidades de ouro enterradas há milhares de anos para fins desconhecidos? Tanto que, nesta quarta-feira, o museu local em Skaelskor está promovendo um evento de visualização durante duas horas, juntamente com uma palestra de um curador que vai discutir a descoberta. Nesse meio tempo, a busca por mais espirais – e talvez suas finalidades – continuam. 

Fonte: Gizmodo

sábado, 11 de julho de 2015

A Cidade de Maria Madalena

Magdala, a cidade onde nasceu Maria Madalena, se tornou o novo foco de atração de peregrinos na Galileia, graças a escavações arqueológicas e a um imponente centro de espiritualidade que acaba de completar um ano.

Situado as margens do Mar da Galileia, este grandioso complexo financiado por doações de todo o mundo lembrou recentemente a bênção do tabernáculo dada pelo papa Francisco durante sua visita à Terra Santa em 2014, que representou a abertura oficial da primeira fase deste ambicioso projeto.

Só nos últimos 12 meses, a antiga cidade da Madalena recebeu mais de 75 mil visitantes do mundo todo, um número nada desdenhável se for levado em conta que há outros destinos já consolidados para a peregrinação cristã, como Cafarnaum e Tabga, onde acredita-se que Jesus fez o milagre da multiplicação dos pães e peixes, embora esta última tenha sofrido recentemente atos de vandalismo e teve uma de suas partes incendiada.

Para o responsável pela iniciativa, o padre Juan Maria Solana, o lugar oferece a possibilidade de ver onde Maria Madalena viveu, onde possivelmente encontrou Jesus e permite perceber a vida da mulher na Igreja.

Parte de seu atrativo turístico se deve ao parque arqueológico que a Autoridade de Antiguidades de Israel está escavando há mais de cinco anos, em parceria com a arqueóloga Marcela Zapata, diretora do projeto feito pela Universidade de Anáhuac e pela Universidade Nacional Autônoma do México, graças ao trabalho de voluntários de diversos países.


A descoberta, em 2009, de uma sinagoga que remonta ao primeiro século da era cristã, ao lado de destroços de uma casa com banheiros judaicos, de um mercado de peixe e um porto, são apenas alguns exemplos da oferta turística e religiosa do complexo.

"A sinagoga e os banheiros de rituais fazem com que Magdala seja hoje a descoberta mais importante que a arqueologia bíblica fez em Israel em 50 anos", disse Marcela à Agência Efe.

A arqueóloga mexicana realizou no último mês uma nova fase da escavação em uma área de 450 metros quadrados. Ela pretende ligar a área da sinagoga às vilas que contêm os banheiros de rituais judeus ("mikvaot"), únicos na região, já que a água vem de mananciais, o que proporciona mais pureza, segundo a "Mishná", uma das principais obras do judaísmo.



Os arqueólogos estimam que à época de Jesus a cidade abrigava pelo menos 10 mil habitantes, o que a transforma na mais importante área e ponto de passagem de peregrinos que viajavam da Galileia rumo a Jerusalém ou Nazaré.

Uma de suas atrações é o Duc In Altum, um centro de espiritualidade que surpreende por seu projeto arquitetônico e significado, pois com um púlpito que simula a barca de Pedro e vistas ao Mar da Galileia, o edifício tem finalidade ecumênica ao receber cristãos de toda denominação e desde a inauguração já foram realizadas mais de mil celebrações religiosas e espirituais.



A segunda fase do projeto, incluirá a construção da casa para peregrinos, um restaurante com capacidade para 900 pessoas e o Instituto Madalena, destinado a promover a dignidade da mulher.

Fonte:  Terra Notícias

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