quarta-feira, 10 de novembro de 2010

Fotos tiradas por satélite em 2009, revelam formas geométricas na Amazônia

Os círculos nas plantações de Santa Teresinha, no Brasil, 
são vistos em uma fotografia sem data. 
Centenas de círculos como o da foto, quadrados e outras formas geométricas até então ocultadas pela densa vegetação, sugerem que em meio a floresta uma sociedade  desconhecida e antiga floresceu na Amazônia, diz novo estudo.  As imagens de satélite da Bacia Amazônica superior tomadas em 1999 revelaram mais de 200 obras de terraplanagem onde foram construídas em formas geométricas abrangendo uma distância superior a 250 quilômetros.

Agora, pesquisadores estimam que podem existir ocultadas pela floresta cerca de dez vezes mais  estruturas encobertas pela vegetação da Amazônia. Pelo menos um dos sítios foi datado por volta do ano 1283, embora outros datem de 200dC a 300dC, disse a co-autora Denise Schaan, antropóloga da Universidade Federal do Pará, em Belém,  Brasil. 

A descoberta traz  evidências de que no interior da Amazônia, em um passado remoto fervilhava com sociedades complexas, que foram em grande parte exterminada por doenças trazidas para a América do Sul pelos colonizadores europeus nos séculos 15 e 16, disse Schaan. 

Uma vez que essas sociedades desapareceram, haviam registros de pesquisas anteriores que haviam sugerido que  os solos na Amazônia superior, eram pobres demais para sustentar agricultura extensiva, necessária para sustentar grandes assentamentos de forma permanentes.  "Descobrimos esta imagem por acaso", disse Schaan. "E há muito mais a descobrir nesses lugares." 

O Amplo alcance dos sítios recém-descobertos são formados por uma série de trincheiras com cerca 11 metros de largura e vários metros de profundidade, com os bancos adjacentes com até 1 metro de altura. Estradas retas conectam muitas das obras de terraplanagem. Escavações preliminares em um dos sites em 2008, revelaram que alguns dos trabalhos de terraplenagem foram cercados por montes baixos que contêm cerâmica domésticas, fragmentos de carvão vegetal, de moagem de pedra, e outros vestígios de habitação. Mas quem construiu as estruturas e quais funções elas possuíam? Permanece um mistério. 

As opiniões variam, de construções defensivas para centros cerimoniais e casas, dizem os autores do estudo. É também possível que as estruturas tenham servido a propósitos diferentes ao longo do tempo, observou William Woods, geógrafo e antropólogo da Universidade do Kansas, em Lawrence, que não estava envolvido na pesquisa. "Por exemplo","em Lawrence, há um templo maçônico que é agora um bar. Havia um banco que agora é um restaurante chamado escrutinadores. Essas coisas acontecem." O que mais surpreendeu a equipe de pesquisa é que os trabalhos de terraplenagem aparecem em ambas as várzeas da região e nas terras altas. Em geral, várzeas férteis da Amazônia têm sido locais populares para as civilizações antigas, enquanto as terras altas esparsas foram pensadas ​​para ser, em grande parte desprovidas de pessoas, dizem os pesquisadores. Além do mais, as obras de terraplanagem em ambos regiões são de um estilo semelhante, sugerindo que elas foram construídas pelas mesmas sociedades. "Na arqueologia amazônica você sempre tem essa idéia de que vai encontrar diferentes povos em diferentes ecossistemas," disse o co-autor Schaan. "assim seria estranho ter uma cultura que iria tirar proveito dos diferentes ecossistemas e expandir sobre uma região tão grande." 

Os sites em terras altas parecem ter sido o lar de até 60.000 pessoas, Schaan e seus colegas sugerem em seu estudo, publicado na revista  Antiquity que esse número é baseado em estimativas da organização social e laboral que teriam sido necessários para construir as estruturas descobertas pelos trabalhos de terraplenagem até o momento. De acordo com a Universidade de Kansas, a estimativa de população é razoável, uma vez que pouco se sabe sobre estes complexos.  As respostas podem surgir com investigações continuadas e escavações nos sítios recém-descobertos pelos próximos anos. 

Mas Woods está impressionado com a possibilidade de tantas pessoas terem vivido em uma região tão isolada e por tanto tempo quando achava-se que era totalmente desabitada. "Tradicionalmente, se você pedisse a um antropólogo ou arqueólogo que estimassem quantas pessoas viviam [nestas terras altas da Amazônia], eles diriam quase zero," Por isso esse achado é  tão surpreendente, pois só a possibilidade de cerca de 60.000 pessoas terem vivido e trabalhando ali, é impressionante.



quinta-feira, 4 de novembro de 2010

O LIVRO DE ENOCH E A SEMELHANÇA COM O MITO SUMÉRIO

Seriam os Enaquins da Bíblia os mesmos Anunnakis dos sumérios? Poderiam estar relacionados com aqueles que os Hebreus chamavam de  Nefilim / Nephal que sugere uma queda, descida ou aterrisagem. Os mesmos Nephalim (génesis 6) que é uma forma plural (im) da palavra ou Nefilim do (Gênesis Salmo 82). Os Anunnaki, seriam mesmo os deuses da antiguidade ou os Anjos Caídos do antigo testamento?


A história dos Anjos Caídos é uma das mais tradicionais entre as lendas da antropogênese mitológica judaica. Antropogênese mitológica porque estes Anjos estão intimamente relacionados, ainda que em dimensão mítica, com a evolução da raça humana. Eles foram e/ou são seres divinos [ou superiores] que se miscigenaram com seres terrenos; uma mistura genética.

As Bíblias cristãs, sejam católicas, protestantes ou evangélicas, não dão grande destaque a este fato, em tese, de grande importância antropológica e cultural. No Livro do Gênesis, a saga dos Anjos caídos se resolve em poucos parágrafos. Foi através do texto profético-religioso apócrifo, não reconhecido pelo Vaticano, o chamado Livro de Enoch, que a narrativa da Queda foi preservada com maiores detalhes.

O Livro de Enoch faz parte do conjunto de documentos denominado Manuscritos do Mar Morto ou de Qumram, encontrados em 1947, no Oriente Médio. É considerado um pseudo-epígrafo — ou de autoria incerta. Os fragmentos encontrados em Qumram foram paleograficamente datados em cerca de 200 antes de Cristo. Os originais, porém, podem ser muito mais antigos.

Enoch [Enoque, Chanoch ou Hanokh], sétima geração de Adão, foi um patriarca judeu, profeta e personagem místico. Filho de Jerde, pai de Matusalém, avô de Noé, foi aquele que andou com Deus, viveu 365 anos e não morreu como os homens comuns; desapareceu, porque foi arrebatado por Deus. No Targum de Yonatan, trecho das Escrituras Hebraicas, Enoch, elevado aos céus, foi transformado no anjo Metatron, cujo nome significa Mais Próximo ao Trono.

O capítulo 6 é provavelmente um fragmento de uma antiga versão hebraica do Livro de Enoch que se adicionou ao Gênesis para fornecer uma motivação moral à história do dilúvio, derivada de versões mesopotâmicas, como a epopéia de Gilgamesh, nas quais essa motivação inexiste. O termo Nefelim significa literalmente “os caídos”, sendo um eufemismo comum para “os mortos”, (por exemplo, Jeremias 6:15 diz: “eles cairão entre os que caem [em hebraico nopelim]“). Em Ezequiel 32:27, temos os Nefilim como guerreiros que caíram: Eles jazem com os guerreiros, Os nefelim dos tempos antigos, Que desceram ao Xeol [sepulcro] com suas armas de guerra. (Ezequiel 32:27) Em outras partes da tradição bíblica, os Nefilim são descritos como gigantes, que eram os habitantes nativos de Canãa. “Quando o Altíssimo repartia as nações, quando espalhava os filhos de Adão ele fixou fronteiras para os povos, conforme o número dos filhos de Deus” (Deuteronômio 32,8) Aqui são os anjos que guardam ou governam as nações. Porém Deus reservou cuidar pessoalmente de Israel, seu povo eleito: “Mas a parte de Iahweh foi o seu povo, o lote da sua herança foi Jacó”. (Deuteronômio 32,9). Foi uma sábia decisão, já que outros textos indicam que os anjos não fizeram exatamente o que deveriam, ou melhor, fizeram coisas além do que deveriam. Como, por exemplo, ensinar aos homens ciências divinas, casar-se e ter filhos.

A corrupção da raça humana, que começou a aparecer sobre a Terra no tempo de Enoch, cresceu monstruosamente até o tempo de Jared, neto do daquele profeta; e a razão da degeneração acelerada foi a Queda dos Anjos. Quando os anjos viram o quanto eram belas as filhas dos homens, cobiçaram-nas e disseram: “Escolheremos esposas para nós entre as filhas dos homens e teremos com elas uma geração”.

A CIVILIZAÇÃO

A Queda dos Anjos é um episódio dos mais curiosos pelo que revela da natureza dos anjos e e seu papel fundamental na transformação da vida humana na face da Terra. De acordo com a lenda, estes anjos, chamados Watchers ou Vigilantes, ou ainda, Observadores, perverteram-se, em princípio, sexualmente, pois “deitaram-se com as filhas dos homens”.

A seguir, todavia, eles se tornam perversores de toda a Humanidade, já que foram os mestres de todas as artes que retiram o homem de uma condição de vida, aparentemente ingênua e modesta, limitada aos recursos que a natureza oferece. Foi através dos anjos caídos que os homens se refinaram a fabricação de armas e a prática da guerra.

Além das artes bélicas, é interessante notar o ministério de Azazel, ensinando os segredos da beleza que alimenta a vaidade: uso de jóias, maquiagem nos olhos, tinturas. Os outros anjos, foram mestres de feitiçaria e, a essa altura, uma nuvem de suspeita paira sobre a suposta pureza daqueles anjos Guardiães, já eram tão versados em encantamentos e ciências ocultas em geral. Há estudiosos e teóricos mais ousados que lançam em discussão a hipótese de que tais anjos poderiam ser, na verdade, seres extraterrenos, muito mais avançados, que arrancaram a espécie humana da barbárie introduzindo neste mundo, os princípios da civilização.


MISTURA DE RAÇAS



Os Filhos de Deus (em hebraico bene ha’ Elohim) são conhecidos de vários textos da Bíblia Hebraica. Em Jó 1:6 e 2:1 os Filhos de Deus se apresentam a Iahweh na divina assembléia celestial; mais adiante, em Jó 38:7, vemos os Filhos de Deus estiveram ao lado de Iahweh na criação do mundo: quando vêem a obra de Deus “rejubilavam os filhos de Deus”. Eles aparecem também (na forma hebraica bene ‘elim) na assembléia divina de Iahweh no Salmo 89:7, onde se proclama a sua incomparabilidade entre o Deus. Uma cena semelhante ocorre no Salmo 29:1, onde os Filhos de Deus (bene ‘elim) tributam glória ao senhor.O livro da Gênese assinala a união fecunda dos Benei-ha-Elohim com as filhas dos homens. Misterioso casamento do qual nasceu a grande raça dos gibborim, ou dos nephilim:Talvez a mais curiosa referência aos Filhos de Deus seja a do famoso Cântico de Moisés, no Deuteronômio 32, justamente antes dele subir ao monte Nebo, para morrer sem ter entrado na Terra Prometida. O Deuteronômio 32,8 contém o que aparentemente é uma velha referência mitológica à primitiva história da humanidade. – Descobriu-se que um texto fragmentário entre os Manuscritos do Mar Morto continha o Deuteronômio 32:8. composto em escrita do final do período herodiano (fim do século I a.C. ao início do século 1 d.C.). Esse fragmento é hoje o mais antigo texto hebraico do Deuteronômio 32:8 conhecido. Nesse fragmento, as últimas palavras do versículo são claramente bene ha’ Elohim (Filhos de Elohin).

Essa redação foi preservada na Septuaginta Grega, que traduziu como “aggelon theou”: «Quando os homens começaram a se multiplicar sobre a face da terra e lhes nasceram filhas, os bene ha’ Elohim viram que as filhas dos homens eram belas e tomaram como mulher todas as que lhes agradaram. E então disse o Senhor: “Meu espírito não terá força (yadon) indefinidamente sobre o homem, pois este na verdade é só carne. E os seus dias serão cento e vinte anos.” Ora, naqueles tempos, os Nefilim habitavam sobre a terra, e também depois, quando os bene ha’ Elohim se uniam às filhas dos homens e estas lhes davam filhos: estes foram os heróis dos tempos antigos, os homens de renome.» (Gênesis 6:1-4) O episódio dos “filhos de Deus”, que se casaram com as “filhas dos homens”, é de tradição javista.


FONTE: O Livro de Enoch. [Trad. Getúlio Elias Schanoski Jr.] — São Paulo: Madras, 2004.




Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...