quarta-feira, 26 de agosto de 2015

Triste dia para a Arqueologia: Fanáticos Islâmicos divulgam fotos da destruição de templo na Síria

Mais uma ação covarde e impune cometida contra o legado humano, causada por fanáticos radicais que nem mesmo fazem ideia de seu valor histórico. É de se entender o vandalismo cometido por povos primitivos da antiguidade que destruíram tantas outras maravilhas antigas, mas ver isso ocorrer nos dias de hoje, em pleno sec. XXI por essa mesma brutalidade e ignorância humana  sendo criminosamente e impunemente causada por esses fanáticos, é simplesmente lastimável.

Em Maio, confrontos junto à cidade histórica de Palmyra destruíram partes importantes do legado arqueológico da história humana e levou a UNESCO a exigir o fim dos conflitos. 

"Palmyra é uma das jóias do Médio e Próximo Oriente, ainda muito bem conservada", explica um especialista. O grupo terrorista Estado Islâmico divulgou nesta terça-feira fotografias que mostram a destruição do templo de Baalshamin, um monumento com cerca de dois mil anos, na cidade de Palmyra, na Síria. 




Segundo informação confirmada à agência France Press e pelo chefe do Departamento de Museus e Antiguidades da cidade, os jihadistas colocaram uma grande quantidade de explosivos no templo. A detonação destruiu a parte central do edifício e as colunas que o rodeavam. 

O Estado Islâmico controla partes da Síria e do vizinho Iraque e tomou Palmyra em 21 de Maio. Durante os confrontos, foi destruída uma parte importante da cidade histórica, com ruínas classificadas como Património Mundial. 



O cenário provocou preocupação internacional, principalmente por parte da UNESCO que descreve Palmyra como uma cidade de "valor universal excepcional". A organização das Nações Unidas apelou, para o fim dos combates. 

Luís Raposo, vice-presidente da Associação Portuguesa de Arqueólogos, explicou que "Palmyra é uma das jóias do Médio e Próximo Oriente, uma cidade romana que ainda estavam muito bem conservadas".

Os jihadistas "colocaram uma grande quantidade de explosivos no templo de Baal e os detonaram, causando sérios danos ao templo", disse Abdulkarim à agência AFP. "A cela (parte interior do templo) foi destruída e as colunas em torno desabaram", acrescentou.



Moradores que haviam fugido da cidade informaram ao Observatório Sírio para os Direitos Humanos que os jihadistas haviam colocado explosivos no templo, mas a destruição teria ocorrido há um mês.

Esse seria o primeiro ataque contra essas ruínas da antiga cidade romana de Palmira, tomada por jihadistas em maio passado. "Temos dito repetidamente que a próxima fase será a de aterrorizar o povo e, quando tiverem tempo, destruir os templos. Estou vendo como Palmira está sendo destruída diante dos meus olhos. Que Deus nos ajude nos dias que virão", disse Abdulkarim. 



Abdulkarim também afirmou que o grupo terrorista iniciou escavações para tentar encontrar ouro e outros tesouros na cidade. Há uma semana, o Estado Islâmico decapitou Khaled Asaad, arqueólogo-chefe de Palmira, que ficou detido por um mês e foi submetido a interrogatórios. Asaad trabalhou mais de 50 anos nessas ruínas e, de acordo com Abdulkarim, se recusou a revelar a localização de algumas peças valiosas aos terroristas. Diante da ameaça do Estado Islâmico, as autoridades sírias já haviam transferido centenas de estátuas a um lugar seguro, temendo que elas fossem destruídas pelos jihadistas, que rejeitam qualquer representação da figura humana.


Em junho, o Estado Islâmico destruiu duas mesquitas antigas na cidade de Palmira que, segundo eles, realizavam práticas pagãs e sacrilégios dentro de seus muros.

Fonte: SapoPT e El País


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