sábado, 21 de maio de 2011

O COLOSSAL TEMPLO DE JÚPTER NO LÍBANO



As ruínas do maior templo romano de que se tem notícia não estão em Roma, mas nas montanhas do Líbano. Elas incluem um grandioso templo de Júpiter, o mais imponente da Antiguidade dedicado a um único deus. Ao longo de quatro séculos de dominação romana, muitos governantes esforçaram-se para glorificar esse remoto e antigo local, e nele erigiram estruturas monumentais. Generais e imperadores o procuraram em busca de oráculos, tentando descobrir o que lhes reservava o futuro. Os legionários faziam o possível para ficarem acampados em suas imediações. Os devotos e curiosos iam até lá para vê-lo com seus próprios olhos, pois o templo era uma das maravilhas do mundo antigo.

O primeiro europeu a trazer notícias sobre a existência dessas ruínas foi Martin Baumgarten, que chegou a elas em janeiro de 1508, e, daí em diante, ousados viajantes, arriscando até a vida, foram passando mais informações a respeito do local. Em 1751, Robert Wood, um desses aventureiros, e o artista James Dawkins, que o acompanhou na viagem, restauraram parte da antiga fama do lugar quando o descreveram em palavras e esboços. "Quando comparamos as ruínas... com as de muitas cidades que visitamos na Grécia, Egito e outras partes da Ásia, não podemos evitar considerá-las como os restos do mais ousado projeto que já foi tentado na arquitetura." De fato, em certos aspectos, ele era ainda mais ousado do que as grandes pirâmides do Egito. O local ao qual Robert Wood tinha chegado era um panorama onde o topo da montanha, os templos e o céu se combinavam num cenário único.

O local fica nas montanhas do Líbano, onde elas se separam para formar um vale fértil e plano entre a cadeia do "Líbano" a oeste e a cadeia do "Anti-Líbano" a leste, ponto onde dois rios, conhecidos desde a Antiguidade, o Litani e o Orontes, começam a correr para o Mediterrâneo. Os imponentes templos romanos foram construídos sobre uma vasta plataforma horizontal, artificialmente criada a uma altitude de 1200 metros acima do nível do mar. O recinto sagrado era cercado por uma muralha que servia tanto de muro de arrimo para conter a terra amontoada como para proteger e encobrir o complexo de edificações. A área fechada, num formato mais ou menos quadrado, com lados de cerca de 800 metros, media mais de 465 mil metros quadrados.

Situado de modo a dominar as montanhas a sua volta e os acessos ao vale tanto no norte como no sul, a área sagrada tinha o canto noroeste deliberadamente cortado num ângulo reto, como se nota na vista aérea contemporânea.

Essa parte eliminada criava uma área oblonga, que ampliava a visão de quem estava na área norte, olhando na direção oeste. Era nesse canto especialmente concebido que ficava o mais grandioso templo já construído em honra de Júpiter, com algumas das mais altas (20 metros) e maiores (2,30 metros de diâmetro) colunas da Antiguidade. Essas colunas suportavam uma estrutura elaboradamente decorada (a "arquitrave") com 5 metros de altura, sobre a qual ficava um telhado inclinado, aumentando ainda mais o pináculo de edificação.

O templo em si ocupava apenas a seção mais ocidental (e mais antiga) do santuário constituído de quatro partes, cuja construção, acredita-se, foi iniciada pelos romanos assim que ocuparam a região em 63 a.C.

Arranjados ao longo de um eixo leste-oeste ligeiramente inclinado, ficavam, primeiro, urna entrada monumental (A), compreendendo urna grandiosa escadaria e um pórtico elevado, suportado por doze colunas, com nichos para abrigar as estátuas dos doze deuses do Olimpo. Depois de passarem pela entrada, os devotos entravam num pátio (B) em forma hexagonal, caso único na arquitetura romana. Por ele atingia-se um segundo pátio (C), dominado por um altar de proporções monumentais, com cerca de 18 metros de altura, partindo de urna base quadrada, com 23 metros de lado. A oeste desse pátio ficava a casa do deus propriamente dita (D). De medidas colossais, 91,50 por 53,40 metros, ela se apoiava num pódio, que, por sua vez, elevava-se 5 metros acima do segundo pátio, ficando, portanto, 13 metros acima do nível da plataforma básica. Era devido a essa soma de alturas que as imensas colunas, arquitrave e telhado formavam em seu conjunto um verdadeiro arranha-céu da Antiguidade.

Desde a escadaria monumental na entrada até a última parede na parte oeste do aterro, o santuário tinha mais de 300 metros de comprimento e com esse fabuloso tamanho parecia tornar pequeno um grande templo no seu lado sul (E), dedicado a uma deidade masculina, que alguns afirmam ter sido Baco, mas que, mais provavelmente, seria Mercúrio. Mais a sudeste, havia um pequeno templo redondo (F), onde Vênus era venerada. Urna expedição arqueológica alemã, que explorou a área e estudou sua história por ordem do Kaiser Guilherme II logo depois de ele ter feito uma visita às ruínas em 1897, conseguiu reconstituir a disposição do recinto sagrado, dando-nos uma visão artística de corno pareceria o complexo de templos, escadarias, pórticos, portões, colunas, pátios e altares no tempo dos romanos.

Urna comparação com a famosa Acrópole de Atenas nos dá uma boa idéia da escala de tamanho dessa plataforma libanesa e seus templos. O conjunto grego está situado num terraço em forma de navio com menos de 300 metros de comprimento e cerca de 122 metros no seu ponto mais largo. O impressionante Partenon, o templo de Atena, que ainda domina a área antes sagrada e toda a planície de Atenas, tem cerca de 70 por 30 metros, o que o torna menor ainda do que o templo de Baco/Mercúrio do Líbano.

Tendo visitado as ruínas libanesas, o arqueólogo e arquiteto sir Mortimer Wheeler escreveu, há cerca de vinte anos: "Os templos... não devem nada de sua qualidade a materiais mais modernos como o concreto. Eles apóiam-se passivamente sobre as maiores pedras já vistas no mundo e algumas de suas colunas são as mais altas da Antiguidade... Temos aqui o último grande monumento... do mundo helênico".

Sim, Wheeler só poderia atribuir tanta magnificência ao mundo helênico, pois não existe motivo para qualquer arqueólogo ou historiador acreditar que os romanos construiriam uma obra tão colossal numa região remota de uma província pouco importante. Os romanos só "adaptaram" um lugar sacramentado pelos gregos que os precederam. Os deuses romanos aos quais os templos eram dedicados - Júpiter, Vênus e Mercúrio - eram os deuses gregos Zeus, sua irmã Afrodite e seu filho Hermes (ou Dioniso, no caso de o templo menor ter sido dedicado a Baco).

Os romanos consideravam o local e seu grande templo como o máximo de comprovação da supremacia e poder de Júpiter. Chamando-o de Iove (eco do hebraico Yehovah?), gravaram no templo e em sua principal estátua as iniciais divinas IOMH - de Iove Optimus Maximus Heliopolitanus: O Ótimo e Máximo Júpiter, o Heliopolitano.

Esse título de Júpiter se originava do fato de que, embora o grande templo ser dedicado ao Deus Supremo, o lugar em si era considerado como local de repouso de Hélio, o deus do Sol, que costumava atravessar o firmamento em seu carro flamejante. Essa crença foi transmitida aos romanos pelo gregos, dos quais também adotaram o nome do lugar: Heliópolis. Não se sabe por que os gregos deram esse nome ao local; alguns historiadores sugerem que foi por escolha de Alexandre, o Grande.

No entanto, a veneração do local devia ser ainda mais antiga e fundamentada, pois incentivou os romanos a glorificá-lo com o maior dos seus monumentos e lá procurarem oráculos para saber sobre seu destino. Como, senão assim, explicar o fato de que, "em termos de simples medidas, peso de pedras, dimensão dos blocos e quantidade de entalhes, esse recinto não tinha rivais no mundo greco-romano" (John M. Cook em The Greeks in Ionia and the East).

Na verdade, o lugar e sua associação com certos deuses remetem a tempos muito anteriores. Os arqueólogos acreditam que pelo menos seis outros templos foram construídos sobre a plataforma antes da época dos romanos. E não resta dúvida de que quaisquer que tenham sido os santuários que os gregos erigiram no local, eles - como os romanos que os seguiram - apenas erigiram edificações sobre fundações já existentes, tanto em termos físicos como religiosos. Zeus (Júpiter para os romanos), devemos lembrar, chegou a Creta vindo da Fenícia (o atual Líbano), atravessando o Mediterrâneo a nado depois de ter raptado a bela filha do rei do Tiro. Afrodite também chegou à Grécia vinda da Ásia ocidental. E o inquieto Dioniso, ao qual o segundo templo (ou um outro na região) era dedicado, vindo das mesmas terras da Ásia ocidental, levou para a Grécia a uva e os segredos da fabricação de vinho.

Ciente das raízes muito antigas da veneração do local, o gramático e astrônomo romano Macróbio (Ambrosius Macrobius Theodosius) esclareceu seus compatriotas com as seguintes palavras (Saturnalia I, Capítulo 23):

Os assírios também adoram o Sol sob o nome de Júpiter. Chamam-no de Zeus Helioupolites e conduzem importantes ritos na cidade de Heliópolis...

O fato dessa divindade ser ao mesmo tempo Júpiter e o Sol manifesta-se tanto na natureza de seu ritual como na sua aparência externa...

Para evitar que alguém, tentando argumentar, comece a citar uma lista de divindades, explicarei o que os assírios acreditam sobre o poder do seu deus do Sol. Eles deram o nome de Adad ao deus que veneram como o maior e mais alto...


Localizada a 1150 m acima do nível do mar, as maiores ruínas 
de templos em todo o mundo. Baalbek, cidade do filho do deus Baal, também conhecida como Heliópolis,

residência do deus grego Helios.




A construção inclui templos preservados, como o templo de Baco, 

que em si é maior do que a Acrópole, em Atenas.




As seis 
colunas restantes do templo nas proximidades de Júpiter e sua plataforma,
 são tão grandes que você poderia dizer que pelo tamanho,
foram construídas por e para gigantes.




"Naqueles dias havia gigantes na terra, e mesmo depois que se juntou 

os filhos de Deus com as filhas dos homens e as crianças nasceram. Eles foram

heróis de antigamente, homens de renome.

(Gênesis capítulo 6 Ant. testamento)




Aqui, reconhecemos as dimensões da plataforma na qual situa-se
o templo de Júpiter. Ainda hoje não se sabe como os antigos foram capazes de transportar

e cortar pedras de pedreiras distantes pesando centenas de toneladas e como conseguiram 
empilha-las de modo que nem uma folha de papel consegue ser colocada entre elas.







A pedra acima tem 21,36 m de comprimento e 4,33 de altura, sua largura é de 4,6 m de altura e pesa entre 1200 e 2000 toneladas. Não chegou a ser transportadas para o terraço de Baalbek e é nomeado (Rocha do Sul) ou a Hajar Hibla (Pedra da mulher grávida). Arqueólogos e outros cientistas não conseguem decifrar como pedras desse tamanho podiam ser divididas, transportadas e colocadas em suas fundações de forma tão precisa. Isto levando-se em consideração às possibilidades técnicas da época, pois ainda hoje não temos meios de transportar algo tão grande. No antigo Egito e na Mesopotâmia, blocos de pedra muito menores necessitavam de  milhares de trabalhadores que teoricamente utilizavam cordas e rolos de madeira para transportá-las, mas estas pedras têm apenas um décimo das medidas da pedra acima.





Balek território está em contraste com morros, curvas e espaços apertados de manobra. 

Também não é possível encontrar sinais que datem com precisão sua idade, pois o método do carbono 14 não se aplica a rochas. Em teoria, poderiam ser usadas rampas, andaimes, apoiadas por milhares de pessoas e carros de tração animal. Como exemplo, tome a construção do obelisco egípcio em Roma. O arquiteto Domenico Fontana construiu uma pedra de 327 toneladas e precisou da  ajuda "de transporte ferroviário, de 800 trabalhadores e 140 cavalos. Com a vantagem de ter terra lisa e livre. Em Baalbek não há condições no solo para esse trajeto. Mesmo que existissem rampas  na época, por que não existem hoje? Parece que, claramente, o terraço de Baalbek não é do tempo dos romanos.

Um patriarca maronita do Líbano relatou a seguinte tradição: “A fortaleza do monte Líbano é a construção mais antiga do mundo. Caim, o filho de Adão, a erigiu no ano 133 da Criação, durante um ataque de loucura. Ele deu ao local o nome de seu filho, Enos, e o populou com gigantes que foram punidos pela sua iniqüidade através do dilúvio”. Depois da grande inundação, o lugar foi reconstruído pelo Nemrod bíblico, num esforço para subir aos céus. A torre de Babel, segundo essas lendas, não ficava na Babilônia, mas sobre a grande plataforma do Líbano.

D' Arvieux, um viajante do século XVII, escreveu em suas Mémoires (Parte II, Capítulo 26) que tanto os habitantes judeus como os muçulmanos da região afirmavam que um antigo manuscrito encontrado no local revelava que, “depois do dilúvio, quando Nemrod reinava sobre o Líbano, ele enviou gigantes para reconstruir a fortaleza de Baalbek que tem esse nome em honra de Baal, o deus dos moabitas, adoradores do deus do Sol”.

A associação do deus Baal com o lugar em épocas pós-diluvianas é um fato marcante. Na verdade, nem bem os gregos e romanos deixaram a região, a população local abandonou o nome helênico, Heliópolis, e voltou a chamar o recinto sagrado pelo seu nome semita, pelo qual ele é conhecido até hoje: Baalbek.

Fonte: A ESCADA PARA O CÉU (CAP. 09) - Zacharias Schitin






A fundação deste terraço, em Baalbek, no Líbano, tem o tamanho aproximado de 5 milhões de pés quadrados.



Para ter uma idéia de seu tamanho, na foto você pode ver três pedras colossais, conhecidas como "Trilithon". Elas são maiores do que muitos dos megalitos visíveis nas paredes de terraço. Elas medem perto de 60 pés de comprimento, com larguras de 12 e 14 pés (note os dois homens no centro).


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